Corpo e cidade capturados para dentro do mapa: dispositivos e contradispositivos a partir das imagens operacionais do Google Street View
Resumo
“Eu estou dentro do mapa”. Assim abre-se o curta-metragem Nunca é Noite no Mapa (2016), de Ernesto de Carvalho. A percepção de que seu próprio corpo, imaterializado, está perpetuado em alguma coordenada virtual, incita reflexões sobre as cartografias de controle engendradas pelos Nine Eyes do Google Street View. O presente texto, a partir da constatação de um crescente interesse artístico pelas imagens deste dispositivo fotográfico – nomeadamente o filme supracitado e The Google Trilogy (2012), do italiano Emilio Vavarella –, buscará tecer uma investigação a respeito de como habitar e como agir em um mundo mediado pelas tecnologias da transparência e pela onipresença de uma imagem operacional, aperspectivística e supostamente objetiva.
Palavras-chave: Google Street View; imagem operacional; contradispositivos; Ernesto de Carvalho; Emilio Vavarella