Fotografia e teratologia colonial
Resumen
Em meados do século XX, o professor e antropólogo por-tuguês António de Almeida (1900-1984) realizou algu-mas missões em Angola. Um dos temas tratados durante suas viagens foi a macroninfia em mulheres identificadas como “bosquímanas” pela Missão Antropobiológica de Angola (MAA). A partir de uma série de fotografias da MAA, busca-se analisar a violência do ato fotográfico so-bre pessoas em situação colonial, bem como a reprodu-ção de uma teratologia em torno da alteridade africana. Conclui-se que a abordagem antropológica de António de Almeida era um desdobramento da teratologia colo-nial construída desde os primeiros relatos da literatura de viagem sobre os chamados “hotentotes” e “bosquíma-nos”. Muito embora a descolonização da visualidade seja o foco deste trabalho, a análise de uma série de “fotogra-fias científicas” ensejou uma nova reflexão sobre a por-nografia enquanto cultura visual na teratologia colonial.
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