DEPOIS DA METRÓPOLE, AS REDES INFO-ECOLÓGICAS E O FIM DA EXPERIÊNCIA URBANA
Abstract
A crise ecológica contemporânea que gerou cúpulas e debates, que culminou nas
últimas reuniões internacionais organizadas pelas Nações Unidas COP (Conferência das Partes sobre Mudanças do Clima) e que começou a inspirar políticas globais, tanto governamentais quanto de gestão empresarial, é provavelmente uma das expressões máximas da crise do imaginário urbano, baseado na centralidade da ação humana e na separação entre o sujeito e a natureza. A crise definitiva desta concepção antropocêntrica, que marcou a tradição filosófica, política e social do Ocidente, encontra suas origens nas novas formas de conexão possíveis após a difusão das redes ecológicas digitais, isto é, nas diversas formas de conexão de vários tipos de superfícies (Internet de coisas) que permitiram a emissão de informações, em tempo real na rede, de uma infinidade de informações, provenientes de todos os tipos de superfícies e substâncias, vegetais, animais e minerais. Essa inovação desencadeou, em todo o meio-ambiente, uma comunicação generalizada que alterou nossa relação com o meio-ambiente criando info-ecologias, isto é, habitat reticulares complexos que conectam os indivíduos e os espaços físicos a redes de dados e de substâncias diversas. Supera-se, assim, a forma urbana ocidental, baseadas na antropomorfização do espaço e na sua reificação. Às paisagens urbanas sucedem as info-ecologias e as redes conectivas, portadora de uma nova contratualidade entre indivíduo, espaço e informação.
Habitar; Redes Digitais; Info-Ecologia
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