Fotografia e teratologia colonial

  • Sílvio Marcus de Souza Correa Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de História, Brasil
Palavras-chave: Fotografia, Angola, colonialismo, teratologia

Resumo

Em meados do século XX, o professor e antropólogo por-tuguês António de Almeida (1900-1984) realizou algu-mas missões em Angola. Um dos temas tratados durante suas viagens foi a macroninfia em mulheres identificadas como “bosquímanas” pela Missão Antropobiológica de Angola (MAA). A partir de uma série de fotografias da MAA, busca-se analisar a violência do ato fotográfico so-bre pessoas em situação colonial, bem como a reprodu-ção de uma teratologia em torno da alteridade africana. Conclui-se que a abordagem antropológica de António de Almeida era um desdobramento da teratologia colo-nial construída desde os primeiros relatos da literatura de viagem sobre os chamados “hotentotes” e “bosquíma-nos”. Muito embora a descolonização da visualidade seja o foco deste trabalho, a análise de uma série de “fotogra-fias científicas” ensejou uma nova reflexão sobre a por-nografia enquanto cultura visual na teratologia colonial.

Publicado
2022-12-30
Como Citar
de Souza Correa, S. M. (2022). Fotografia e teratologia colonial. Revista De Comunicação E Linguagens, (57), 212-232. Obtido de https://rcl.fcsh.unl.pt/index.php/rcl/article/view/275