A Lanterna Mágica nas obras de Renato Ferrão e Francisco Tropa: da reprodução à apresentação

Sara  Castelo Branco

Sara Castelo Branco Universidade Nova de Lisboa / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Instituto de Comunicação da NOVA — ICNOVA

Resumo

Partindo de uma abordagem ao fantasmático enquanto elemento de experiência e percepção na arte contemporâ- nea, este artigo procura reflectir acerca de determinadas dimensões técnicas, ópticas e performativas da projecção e da lanterna mágica presentes no trabalho dos artistas portugueses Renato Ferrão (Braga, 1975) e Francisco Tro- pa (Lisboa, 1968), que na sua obra recriam frequentemente dispositivos a partir dos princípios das lanternas mágicas, reflectindo acerca de diferentes motivos fantasmagóricos e virtuais inteligíveis nas instalações de arte. Através de um devir fantasmagórico e onírico, as obras Em Trabalho (2016-2017) de Renato Ferrão e Scenario (2011) de Francisco Tropa radicam num pensamento sobre a imagem na con- temporaneidade técnica e, mais amplamente, acerca de elementos como a projecção, a obsolescência, a aura, a re- produção da imagem, a topologia da instalação, a materia- lidade e a imaterialidade, a representação e a apresentação. Arte contemporânea portuguesa | Lanterna Mágica | re- produção da imagem | Instalação de arte | fantasmagoria

Biografia Autor

Sara Castelo Branco, Universidade Nova de Lisboa / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Instituto de Comunicação da NOVA — ICNOVA

Doutoranda em Arts et Sciences d’Art e Ciências da Comunicação pela Université Paris 1 — Panthéon Sorbonne (Paris) e na FCSH-Universidade Nova de Lisboa, enquanto bolseira da FCT — Fundação para a Ciência e para a Tecnologia. É membro do Instituto de Comunicação da NOVA — (ICNOVA). Desenvolve uma investigação sobre as relações entre arte e cinema no contexto da arte contemporânea portuguesa. Tem programado ciclos de filmes de artistas e cinema experimental, como o Out Off Nature (Arsenal — Institut für Film und Videokunst — Berlim, 2019), Under the Ground (Galerias Municipais de Lisboa, 2020), Ecologicity Sessions (Cripta747 — Turim, 2021), entre outros.