Fordlandia Malaise: memórias fracas, contra-imagem e futurabilidade

  • Susana de Sousa Dias Universidade de Lisboa / Faculdade de Belas-Artes / Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes — CIEBA

Resumo

Fordlândia, company-town fundada por Henry Ford em 1928 na Amazónia, foi um projecto falhado nos seus pres- supostos: produzir borracha para fazer face ao monopó- lio britânico duma matéria-prima essencial à Ford Motor Company. Ao longo dos anos, várias imagens e narrativas foram sendo produzidas sobre este empreendimento, con- densando-se, maioritariamente, em duas designações: ci- dade utópica e cidade-fantasma. Tomando-as como base, o presente texto procura questionar as dinâmicas do arqui- vo em relação à memória e a possibilidade da criação de uma contra-imagem à episteme dominante. Neste contexto, serão discutidos os processos de concepção e filmagem do filme Fordlandia Malaise (2019).

 

Amazónia | Neocolonialismo | Memória | Filmagem | Drone  

Biografia Autor

Susana de Sousa Dias, Universidade de Lisboa / Faculdade de Belas-Artes / Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes — CIEBA

Doutorada em Belas-Artes, Audiovisuais (UL-FBA), Mestre em Estética e Filosofia da Arte (UL-FL), Licenciada em Artes Plásticas, Pintura (ESBAL) e Diplomada em Cinema, Imagem (ESTC). Os seus trabalhos abordam a dialéctica entre história e memória, questionando regimes de visibilidade e audibilidade, com especial foco no arquivo. Entre os seus filmes contam-se Natureza Morta (2005), 48 (2009) e Luz Obscura (2017). Recebeu o Grand Prix do Cinéma du Réel e o Prémio FIPRESCI da Crítica de Cinema Internacional, entre outros. Os seus trabalhos têm sido exibidos internacionalmente em contexto artístico e cinematográfico (Berlinale, Documenta 14, IDFA, BAFICI, Harvard Film Archive, Arsenal Institut for film and video art, MNAA, MNAC, etc). Em 2012 formou um colectivo feminino que dirigiu o Festival Internacional de Cinema Doclisboa por duas edições, abrindo novas secções como Cinema de Urgência e Passagens (Documentário & Arte Contemporânea). Foi artista visitante em Santa Cruz, Universidade da Califórnia (2018) e proferiu a Les Blank Lecture de 2019 no Berkeley Art Museum & Pacific Film Archive. Lecciona na Universidade de Lisboa. Fordlândia Malaise (2019) é o seu filme mais recente.

Publicado
2020-05-23
Como Citar
de Sousa Dias, S. (2020). Fordlandia Malaise: memórias fracas, contra-imagem e futurabilidade. Revista De Comunicação E Linguagens, (52). Obtido de https://rcl.fcsh.unl.pt/index.php/rcl/article/view/37
Secção
Artigos