A imagem em Bruno Schulz como resistência e existência: infância, memória, ausência e apagamento

  • Camila Backes dos Santos Universidade Federal do Rio Grande do Sul — Brasil / PPG Psicanálise, Clínica e Cultura / NUPPEC
  • Simone Zanon Moschen Universidade Federal do Rio Grande do Sul — Brasil / PPG Psicanálise, Clínica e Cultura e PPG em Educação / NUPPEC

Resumo

O objetivo deste trabalho é salientar a relação existente entre a narrativa do escritor polonês Bruno Schulz e a produção audiovisual Finding Pictures(2012), realiza- da a partir de sua vida e obra no que tangem às relações que se estabelecem entre infância, memória, ausência e apagamento. Para tanto, busca suporte na teoria de Wal- ter Benjamin e também na teoria psicanalítica de Freud e Lacan. Bruno Schulz faz parte de um rol de escritores dentre eles Ítalo Svevo, Robert Walser, Joseph Roth, Sándor Márai, Robert Musil e Walter Benjamin, que nasce- ram no na Europa no final do século XIX e vivenciaram na juventude, ou já no final da vida, o horror da Primeira Guerra Mundial, tendo alguns deles ainda atravessado a Segunda Guerra Mundial. Quando os alemães cercaram Drohobycz em 1941, Schulz com medo de perder sua obra, empacotou-a a entregou para que amigos não-ju- deus a guardassem. De tudo, perdeu-se a maior parte. Em novembro de 1942 Bruno Schulz foi assassinado por um oficial da gestapo com um tiro nas costas. Antes de morrer, havia feito, por encomenda do oficial alemão que o protegeu por determinado tempo, desenhos na parede do quarto de seus filhos. O documentário Finding Pictures retrata a busca feita por estes desenhos por uma equipe de filmagem quarenta anos após a sua morte. Destaca- mos o momento em tempo real no qual os documentaristas encontram os desenhos abaixo de camadas de tin- ta. Neste trabalho, falamos do processo de busca, tanto na escrita quanto no documentário, que é uma espécie de jogo da memória contra o esquecimento, tal qual nos lembra Walter Benjamin, ao dizer que a busca, mesmo que em vão, é tão importante quanto o achado feliz.

Memória | Imagem | Infância | Literatura | Psicanálise

Biografias Autor

Camila Backes dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul — Brasil / PPG Psicanálise, Clínica e Cultura / NUPPEC

Psicóloga, mestre e doutora em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS. Pós-doutoranda em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Universidade Feevale. Membro do NUPPEC (Núcleo de Pesquisa em Psicanálise, Educação e Cultura) da UFRGS.

Simone Zanon Moschen, Universidade Federal do Rio Grande do Sul — Brasil / PPG Psicanálise, Clínica e Cultura e PPG em Educação / NUPPEC

Psicóloga, doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora associada do Departamento de Psicanálise e Psicopatologia do Instituto de Psicologia da UFRGS; do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e Cultura e do Programa de PósGraduação em Educação da UFRGS. Coordenadora do NUPPEC (Núcleo de Pesquisa em Psicanálise, Educação e Cultura).

Publicado
2020-05-23
Como Citar
Backes dos Santos, C., & Zanon Moschen, S. (2020). A imagem em Bruno Schulz como resistência e existência: infância, memória, ausência e apagamento. Revista De Comunicação E Linguagens, (52). Obtido de https://rcl.fcsh.unl.pt/index.php/rcl/article/view/32
Secção
Artigos