Da paisagem à relacionalidade
Resumo
O ritornello (Deleuze e Guattari 2007) é aqui entendido como o regresso de uma frase comportamental à expe- riência pessoal. Assumimos duas possibilidades de re- gresso: da memória forte (Traverso 2012) à imagem de si e à conceptualização da paisagem (Simmel 2011); e da proprioceção e das memórias fracas da presença no es- paço — no quadro da produção de presença (Gumbrecht 2012). Associamos a primeira a uma relação abstrata do sujeito com uma autoimagem adequada a uma norma social, e a segunda a uma experiência de si do sujeito no espaço, construída pela integração da experiência e da memória desta, reportando esta segunda às relationsca- pes (Manning 2009). Estabelecemos uma comparação entre experiência do lugar e experiência no espaço — e a duração desta (Bergson 1988) — e avançamos a ideia do espaço como um laboratório da experiência (McCor- mack 2010), olhando em particular a ação de atravessar, nos trabalhos Untitled Orchestral de João Onofre, Tomba Brion, de Guido Guidi, e The Legible City, de Jeffrey Shaw, e no modo como a perspetiva clássica — como alicerce da imagem técnica de Dubois (2004) e Flusser (1998) — opõe a relacionalidade e a racionalidade já mencionadas.
Ritornello | Proprioceção | Experiência | Memória | Rela- cionalidade
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