O que pode M’Hali? O estúdio fotográfico e quatro pequenos homens customizados

  • Isabel Stein Universidade Nova de Lisboa / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Instituto de Comunicação da Nova — ICNOVA

Resumo

Este paper tem como objetivo abordar criticamente algu- mas fotografias que compõem um ensaio produzido em 1872 pela London Stereoscopic and Photographic Company. Propomos que a imagem de Ndugu M’Hali, então com setes anos de idade, incorpora um tropo visual (Zarzycka 2016) comum no final do século XIX e início do século XX: crianças em estúdios fotográficos. Esse tropo, enun- ciado por Walter Benjamin em Infância em Berlim, gera questões acerca das memórias visual, cultural e social. Através de uma abordagem concebida a partir da meto- dologia proposta por Aby Warburg, pretende-se delinear diferentes temporalidades da imagem de modo a, por um lado, inseri-la em uma tradição visual e histórica, e, por outro, sugerir suas potencialidades como objeto históri- co-antropológico. Nesse sentido, a ideia de pharmakon (Pinney 2008, 2012) apresenta-se como possibilidade para um contra-olhar frente àquele colonial e burguês: a fotografia, em sua dualidade — tanto “cura” quanto “ve- neno” —, instaura virtualmente um novo sujeito: o que pode M’Hali após sua morte aos doze anos?

Tropo Visual | Semelhança | Alteridade | Páthos | Memória

Biografia Autor

Isabel Stein, Universidade Nova de Lisboa / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Instituto de Comunicação da Nova — ICNOVA

É aluna de doutoramento no programa
de Estudos Artísticos — Arte e Mediações da Universidade Nova de Lisboa — FCSH e mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Publicado
2020-05-23
Como Citar
Stein, I. (2020). O que pode M’Hali? O estúdio fotográfico e quatro pequenos homens customizados. Revista De Comunicação E Linguagens, (52). Obtido de https://rcl.fcsh.unl.pt/index.php/rcl/article/view/25
Secção
Artigos