Leeder, Murray. 2017. The Modern Supernatural and the Beginnings of Cinema. Londres: Palgrave Macmillan.
Resumo
Se, após um século de existência “institucional”, a fantasmagoria da imagem cinemato- gráfica hoje surge como condição inalienável do próprio pensamento, é preciso todavia notar que nela permanece uma estranheza irredutível, algo que resiste a ser assimilado por qualquer essência ou natureza. O campo de composição do ser humano com o cine- ma (e as demais máquinas técnicas) não resolve heterogeneidades que, como sabemos, comportam sempre o risco da ruptura absoluta. Sem dúvida, algo impede o homem de se habituar inteiramente a estes espectros que nele habitam. Não será por acaso que o cinema inventa — não pára de inventar — os mais inesperados regressos à sua idade primitiva. De tempos a tempos estreia um filme capaz de descobrir em cada um de nós esse espectador animalesco, impressionável, que (alegadamente) terá fugido a sete pés do comboio dos Lumière.
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