A crítica à dicotomia de género como forma de descolonização epistémica
Resumo
A análise crítica à problemática de género permite desmontar as falácias do pensamento eurologocêntrico e apontar os estereótipos que a episteme, tacitamente colonial, edificou. Trata-se de questionar, no conceito de género e na dicotomia nele subjacente – masculino/feminino –, a lógica do pensamento ocidental, de matriz binária, e como essa lógica se afigura ser aquela que impera face ao olhar de e sobre o Outro, o colonizado.
O que acontece, tanto com os estudos de género, quanto com os estudos pós-coloniais, é eles abrirem novas epistemes e mostrarem, portanto, que a episteme ocidental, nas suas bases disciplinadoras, é reprodutora de estereótipos e de lógicas eurologocêntricas, e, ainda, que as ontologias que constrói são, antes de mais, epistemologias ancoradas historicamente e nos juízos avaliativos da chamada cultura ocidental moderna.
A convocação da análise à Chora platónica permitiu sair do pensamento dicotómico e repensar os processos de subjectivação como processos transubjectivos.
Palavras-chave: género; episteme; decolonização; Chora
Direitos de Autor (c) 2021 Revista de Comunicação e Linguagens
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.