A crítica à dicotomia de género como forma de descolonização epistémica

  • Maria Augusta Babo Universidade NOVA de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Instituto de Comunicação da NOVA

Resumo

A análise crítica à problemática de género permite desmontar as falácias do pensamento eurologocêntrico e apontar os estereótipos que a episteme, tacitamente colonial, edificou. Trata-se de questionar, no conceito de género e na dicotomia nele subjacente – masculino/feminino –, a lógica do pensamento ocidental, de matriz binária, e como essa lógica se afigura ser aquela que impera face ao olhar de e sobre o Outro, o colonizado.

O que acontece, tanto com os estudos de género, quanto com os estudos pós-coloniais, é eles abrirem novas epistemes e mostrarem, portanto, que a episteme ocidental, nas suas bases disciplinadoras, é reprodutora de estereótipos e de lógicas eurologocêntricas, e, ainda, que as ontologias que constrói são, antes de mais, epistemologias ancoradas historicamente e nos juízos avaliativos da chamada cultura ocidental moderna. 

A convocação da análise à Chora platónica permitiu sair do pensamento dicotómico e repensar os processos de subjectivação como processos transubjectivos.

Palavras-chave: género; episteme; decolonização; Chora



Publicado
2021-07-01
Como Citar
Babo, M. A. (2021). A crítica à dicotomia de género como forma de descolonização epistémica. Revista De Comunicação E Linguagens, (54). Obtido de https://rcl.fcsh.unl.pt/index.php/rcl/article/view/129