Towards a caring gaze: aesthetics of decolonization in Sarah Maldoror’s Sambizanga

  • Maja Figge Institut für Medien- und Kulturwissenschaften Philosophische Fakultät

Resumo

O atual interesse artístico e académico pelo arquivo dos cinemas militantes como parte do discurso contemporâneo sobre a urgência da descolonização é o ponto de partida para esta análise da primeira longa-metragem de Sarah Maldoror, Sambizanga (1972). Rodado imediatamente antes do início da luta armada pela independência de Angola, em 1961, o filme centra-se na procura de uma mulher pelo seu marido, que foi preso, e “o tempo que leva para marchar/caminhar” (Evan 1973). Neste artigo desvelo como Maldoror, em Sambizanga, desenvolve um "modo de ver" único, que parece ter o potencial de abrir o que Achille Mbembe na Crítica da Razão Negra (2017) denomina de “masmorra de aparências”, ao desvelar a história do processo de saída da “noite escura” do colonialismo (Fanon 1963, Andrade 1971, Mbembe 2021). Ao abordar a estética decolonial do filme em diálogo com a teoria da descolonização de Fanon, bem como Mbembe e Kara Keeling, traço a abordagem estética de Maldoror de descolonização da temporalidade e da visualidade, sustentando o argumento de que o filme cria o que designo de um olhar atencioso, que vai além da lógica da representação e do reconhecimento (por uma audiência internacional), podendo ser considerado como uma obra de reparação. 

 

Palavras-chave: Sarah Maldoror; Frantz Fanon; estética decolonial; cuidado; cinema-militante



Publicado
2021-06-30
Como Citar
Figge, M. (2021). Towards a caring gaze: aesthetics of decolonization in Sarah Maldoror’s Sambizanga. Revista De Comunicação E Linguagens, (54). Obtido de https://rcl.fcsh.unl.pt/index.php/rcl/article/view/124