Bostofrio: a recusa fotográfica como evocação

Resumo

Em 2018 estreou o filme Bostofrio de Paulo Carneiro, a sua primeira longa-metragem. Este documentário, sobre um realizador em busca da história do seu avô, na homóni- ma aldeia em que este viveu, insere-se numa linhagem de filmes “ruralo-fantasistas” sobre a paisagem e as vi- vências transmontanas. Nele a dimensão fotográfica sur- ge de um ponto de vista narrativo mas também formal, acentuando-se a sua importância pela ausência de uma imagem chave: o retrato do “avô incógnito”. Neste ensaio procuro analisar de que forma essa ausência, juntamente com uma série de estratégias fílmicas “primitivistas” e de forte correlação gótica, converte a figura ausente numa presença espectral.

Documentário | cinema português | fotografia | espectra- lidade | gótico

Biografia Autor

Ricardo Vieira Lisboa, Programador de Cinema

Formou-se em Matemática (pelo IST) e em Cinema (pela ESTC). É programador de cinema na Casa do Cinema Manoel de Oliveira e no IndieLisboa. É crítico sítio À pala de Walsh, e tem produzido comunicações e artigos nas áreas da história e do restauro de cinema. Realizou curtas-metragens e vídeo-ensaios.

Publicado
2021-03-08
Como Citar
Vieira Lisboa, R. (2021). Bostofrio: a recusa fotográfica como evocação. Revista De Comunicação E Linguagens, (53). Obtido de https://rcl.fcsh.unl.pt/index.php/rcl/article/view/12