Bostofrio: a recusa fotográfica como evocação
Resumo
Em 2018 estreou o filme Bostofrio de Paulo Carneiro, a sua primeira longa-metragem. Este documentário, sobre um realizador em busca da história do seu avô, na homóni- ma aldeia em que este viveu, insere-se numa linhagem de filmes “ruralo-fantasistas” sobre a paisagem e as vi- vências transmontanas. Nele a dimensão fotográfica sur- ge de um ponto de vista narrativo mas também formal, acentuando-se a sua importância pela ausência de uma imagem chave: o retrato do “avô incógnito”. Neste ensaio procuro analisar de que forma essa ausência, juntamente com uma série de estratégias fílmicas “primitivistas” e de forte correlação gótica, converte a figura ausente numa presença espectral.
Documentário | cinema português | fotografia | espectra- lidade | gótico
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