A performance como movimento de contra-monumentalização: Um olhar sobre o trabalho Demythologise that History and Put it to Rest

  • António Pedro Ramos Mendes Universidade Nova de Lisboa /Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Ciências da Comunicação

Resumo

As preocupações sobre os espaços, e sobre os corpos que os ocupam, são desassossegos cada vez mais partilhados por quem vive neste momento de inquietações históricas. Aquilo que até aqui foi a História, tende a transformar-se em Histórias e, seguindo esta evolução, também as representações espaciais dessa narrativa oficial do passado, tendem a ser repensadas. Se grande parte da atenção de políticos, museólogos, historiadores, e antropólogos, tende a reincidir sobre questões de arquivo – a sua justa, ou não, apropriação, que futuro dar aos espólios dos grandes arquivos e museus da Europa, etc – sociólogos, artistas e activistas têm vindo a re-pensar outro tipo de memória, e de arquivo, o espaço público.

Este artigo propõe olhar para este movimento de contra-monumentalização, que vemos surgir como um fenómeno crescente no seio artístico, através de uma aproximação ao trabalho de Márcio Carvalho e o seu projecto Demythologise that History and Put it to Rest, o qual o artista tem vindo a desenvolver nas cidades de Berlim e Lisboa desde 2018.

 

contra-monumentalização; performance; espaço público; memória

Biografia Autor

António Pedro Ramos Mendes, Universidade Nova de Lisboa /Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Ciências da Comunicação

António Pedro R. Mendes (n.1989 em Lisboa, Portugal) concluiu o seu mestrado na FCSH - Universidade Nova de Lisboa, em Ciências da Comunicação, na vertente de Comunicação e Artes sobre a temática “Pós-memória e pós-colonialismo na arte contemporânea: Uma análise dos processos de memória e esquecimento no trabalho de Márcio Carvalho no contexto do Espaço SAVVY Contemporary”.

Tendo no passado integrado as equipas de Serviço Educativo do MNAA (2014-17) e do MNAC-Museu do Chiado (2015-17), desenvolveu desde o início do percurso profissional um interesse pela educação pelas artes e em como a tornar acessível aos diversos públicos.

Desde Fevereiro de 2018 membro da SAVVY Contemporary – The Laboratory of Form-Ideas, a investigação que tem vindo a desenvolver procura aprofundar as relações entre a arte contemporânea, a memória colectiva e o espaço público. Integrou a equipa de pesquisa do projecto African-European Narratives, projecto financiado pela EACEA- Europe for Citizens, desenvolvido pelo Centro de Pesquisa de Comunicação e Informação Digital da FCSH- Nova.

Entre os mais relevantes projectos que realizou recentemente destacam-se as exposições Whose land have I lit on now : Contemplations on the notions of Hostipitality (Berlim, 2018), Geographies of Imagination (Berlim,2018) e a produção do programa performativo Demythologise That History and Put it to Rest (Berlim e Lisboa, 2017-18), da curadoria de Márcio Carvalho e do grupo Colonial Neighbours. Actualmente integra a equipa de curadoria do projecto de longo termo Spinning Triangles: Ignition ofa School ofDesign (Dessau, Berlim, Kinshasa, Hong-Kong), no âmbito do jubileu dos 100 anos da fundação escola Bauhaus.

Publicado
2019-07-19
Como Citar
Ramos Mendes, A. P. (2019). A performance como movimento de contra-monumentalização: Um olhar sobre o trabalho Demythologise that History and Put it to Rest. Revista De Comunicação E Linguagens, (50). Obtido de https://rcl.fcsh.unl.pt/index.php/rcl/article/view/100